quarta-feira, 24 de junho de 2009

Secretárias de futuro têm espaço no mercado

Camila MichelettiPublicado em 26/09/2002
Você já imaginou ter que competir com 2 milhões de profissionais em busca de uma vaga de emprego? Claro que estamos exagerando, mas este é o número aproximado de secretárias existentes no Brasil, segundo estimativas do presidente do Sindicato das Secretárias do Estado de São Paulo, Francisco Tadeu do Nascimento.
Parece muito, não? Mas os especialistas garantem: não é nada impossível manter-se estabilizada e ser reconhecida no mercado. Vários exemplos de profissionais muito bem sucedidas serão mostradas ao longo deste Especial. É fato que o mercado está um pouco inquieto e esperando a resposta das eleições, mas também faz-se necessário ressaltar que, sempre que houver um executivo trabalhando, vai haver lugar para uma secretária. "Todo setor tem ou precisa de uma secretária, seja na Indústria, Comércio, Serviços, Governo ou Terceiro Setor. O crescimento da economia norteia a abertura de novos postos de emprego e contratação de profissionais, não só as secretárias", afirma o presidente do Sindicato.
Francisco considera que, apesar das dificuldades na economia, a profissional superqualificada, com cursos, experiência e competências técnicas e comportamentais tem muito mais chance do que a secretária que não apresenta este perfil, que os especialistas chamam de secretária multifuncional. "A gente nota que a profissional que não fala inglês tem muito mais rotatividade do que a que fala, talvez por ganhar menos e ser menos estratégica para a companhia", explica ele.
Prova da necessidade do mercado pode ser confirmada com as 200 novas vagas para secretárias publicadas no Empregos.com.br. No mês de setembro, o site contabilizou mais de 2.000 buscas pela vaga de secretária, em todos os níveis da profissão. Para visualizar as vagas e saber onde estão as melhores oportunidades, clique aqui.
Secretária executiva tem salário... de executiva
Engana-se quem pensa que toda secretária ganha mal. Como em qualquer outra profissão, o secretariado tem cargos de vários níveis, e hoje já é possível ver secretárias ganhando salários que giram os 5 mil reais. São mulheres muito bem-sucedidas e plenamente realizadas na profissão, como Marli Barcha de Menezes, secretária da presidência da Visa do Brasil. A profissional tem especialização em Marketing pela ESPM, 16 anos de profissão e, após nove anos vivendo nos Estados Unidos, resolveu voltar para o Brasil em busca de uma recolocação. "Sempre há mercado para as profissionais bem qualificadas", diz ela, que rapidamente conseguiu um lugar no mercado e hoje faz assessoria e todo o trabalho de secretaria para Ricardo Gribel, presidente da empresa.
De acordo com a tabela do Sindicato, hoje uma secretária com nível médio apenas, que atuaria no nível mais baixo, ganha por volta de R$ 491,00. No nível universitário, as secretárias têm uma média salarial de R$ 655,00; para a profissional mais experiente mas sem inglês, R$ 1.500,00 e a secretária bilingüe ganha por volta de R$ 2.500,00. A profissional trilingüe, que, como a bilingüe, normalmente atua com a gerência, a diretoria ou diretamente com a presidência da companhia, tem uma média salarial que gira em torno de R$ 3.500,00, podendo alcançar até R$ 5.000,00. Essa é a média do Sindicato, mas é extremamente variável e depende muito da empresa contratante e do perfil da profissional.
Setor acolhe profissionais de outras áreas
Algumas profissionais sonham em ser secretária desde meninas. Outras acabam entrando na profissão pela dificuldade do mercado e falta de emprego na área que escolheram. Este é o caso de Rosângela Medeiros, psicóloga por formação que já trabalha há 20 anos como secretária. Apesar de nunca ter atuado com Psicologia, a profissional se diz realizada e feliz com o que faz: "Eu acho que de toda forma eu mexo com gente, tenho que saber lidar com as pessoas. Para mim as profissões estão muito ligadas e utilizo bastante o conhecimento que adquiri na faculdade", explica. Rosângela trabalha há 8 anos como secretária da presidência da Microsiga e faz todo o trabalho de assessoria para o presidente, Laércio Cosentino.
Ela conta que, logo após se formar em Psicologia na Universidade de Guarulhos, chegou a montar um consultório com algumas colegas da faculdade. Mas os clientes não vinham e Rosângela, que tinha filhos pequenos na época, precisava garantir uma renda no fim do mês. "Pesou o lado da sobrevivência, larguei o consultório e fui em busca de um emprego. O que surgiu foi o de secretária, e desde então venho me aprimorando e crescendo na profissão. Hoje sou reconhecida pelo meu trabalho e me sinto muito realizada", afirma ela.
Trabalho temporário ainda é visto com preconceito
Com a crescente demanda por reengenharia e mudança organizacional nas corporações, surge uma nova forma de trabalho entre as secretárias: o trabalho temporário, onde as profissionais trabalham por projeto, com prazo pré-determinado para acabar. Uma pesquisa realizada em agosto pela diretora e consultora Stefi Maeker, da SEC Secretary Search & Training, especializada no recrutamento, seleção e treinamento de secretárias, mostrou que o trabalho terceirizado é usado como saída para o desemprego. Das 300 secretárias executivas entrevistadas, 45% já tinham realizado algum tipo de trabalho temporário, e cerca de 29% das profissionais realizaram o trabalho nos últimos doze meses.
Mas o grande problema do trabalho temporário é o preconceito que as profissionais sofrem ao afirmar que trabalharam em projetos com início, meio e fim. A pesquisa mostrou que 54% das entrevistadas disseram ter sido vítimas de discriminação por apresentarem no currículo passagens por diversas empresas em razão de trabalhos temporários. "O preconceito existe de ambos os lados, tanto da parte da empresa quanto da secretária. Ela mesma não encara o trabalho temporário como um trabalho propriamente dito e sim como uma ponte até achar algo fixo", afirma Stefi. Mas, na grande maioria das vezes, a profissional opta por este tipo de trabalho por que está desesperada e não quer ficar sem emprego. O levantamento mostrou que 52% das entrevistadas justificam escolher este tipo de trabalho por estarem algum tempo desempregadas, 27% delas pela experiência lhes parecer ser uma ótima chance de aprendizado; 15% por acreditarem que aquele trabalho iria acrescentar pontos ao currículo; 2% por ter sido a única vaga que surgiu; e 4% alegaram outros motivos.
Confira as dicas de Stefi para estar a frente no mercado e ser uma profissional requisitada - dentro e fora da empresa:
Tenha em mente seus objetivos - e esforce-se ao máximo para cumpri-los
Você está trabalhando? Saiba que este é o momento certo para fazer cursos, atualizar seus conhecimentos e, caso esteja infeliz com o que faz, procurar uma recolocação
Se você descobrir que sua área vai ser extinta na empresa, tente ser realocada para outra área. O que você sabe fazer pode ser feito em outro departamento? Estude a situação cuidadosamente e dê a sugestão para o seu chefe direto e para o RH
Trabalhe em prol da sua própria empregabilidade e saiba vender suas habilidades para a companhia. Isso evita que você entre para a lista dos dispensados logo de cara http://carreiras.empregos.com.br/carreira/administracao/planejamento/260902-secretarias_mercado.shtms

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